Mencionar hobbies e interesses no curriculum vitae: certo ou errado?
Em determinadas situações, a secção de passatempos e interesses pode ser uma parte importante do curriculum vitae. Muitos profissionais incluem-na, mas ainda existe alguma polémica sobre se é indicado fazê-lo.
Os passatempos e interesses só devem ser incluídos se forem relevantes para a função a que se candidata. Esta informação pode ajudá-lo a demonstrar determinadas competências ou o interesse em atividades sociais e comunitárias.
Desta forma, o recrutador pode obter mais informações sobre si, fora do contexto de trabalho. Por isso, é recomendável incluir hobbies e interesses para se destacares de outros candidatos. Isso mostra ao empregador um pouco mais sobre a sua personalidade e pode ajudá-lo durante a entrevista de emprego.
Devo mencionar passatempos e interesses no currículo?
Podemos responder a essa pergunta de duas formas: sim e não.
Por um lado, especificar hobbies no currículo pode trazer alguns aspetos positivos.
- Ajuda a transmitir a sua personalidade ao potencial empregador;
- Dependendo do setor a que se candidata, pode ajudar o recrutador a identificar competências valiosas;
- Permite que se destaque de outros candidatos, especialmente quando a concorrência é feroz.
Por outro lado, incluir passatempos também pode ter um impacto negativo.
- Geralmente, os hobbies não são relevantes para o cargo a que se candidatas;
- Os empregadores podem não estar interessados nessa informação;
- Passatempos de caráter questionável podem arruinar a sua candidatura e fazer com que seja eliminado precocemente;
- Esta informação pode ocupar o lugar de outras mais importantes, como a educação e o histórico profissional.
Neste sentido, incluir ou não os hobbies e interesses no currículo depende da sua experiência profissional e do cargo e setor a que se candidata. Mais à frente, vamos ajudá-lo a decidir se deve ou não incluir os seus interesses pessoais no currículo.
Exemplos em que os passatempos e interesses pouco acrescentam
Tirando algumas exceções, há momentos em que incluir passatempos não traz benefício algum. Aqui estão alguns casos de candidatos que incluíram essa informação no CV quando não o deveriam ter feito.
Candidatos com muitos anos de experiência profissional
A título de exemplo, imagine um profissional com cinco a dez anos de experiência em gestão de projetos de Tecnologias da Informação. Neste caso, incluir hobbies e interesses no currículo dá pouca informação ao recrutador.
O melhor é apostar numa descrição detalhada da experiência profissional e dos resultados alcançados. Afinal de contas, o desempenho de funções profissionais é mais importante do que as atividades extralaborais.
Quando os passatempos e interesses são muito comuns
Qualquer informação no currículo deve acrescentar-lhe valor. Não há nada de errado em gostar de caminhadas, ir ao cinema ou de sair com os amigos. Porém, referir isso no currículo não causa impacto.
Aqui, o objetivo é apresentar conteúdo que o faça sobressair. Além disso, a probabilidade de outros candidatos desfrutarem dos mesmos interesses é muito alta. Por isso, deve incluir apenas interesses pessoais que o individualizem.
O que colocar na secção de interesses do currículo
Agora, que já sabe quando não deve incluir os seus hobbies no CV, vamos mostrar-lhe em que situações essa informação pode ser uma vantagem.
Candidato inexperiente
Se tem pouca experiência profissional, certamente já sentiu dificuldade em saber como preencher a secção de Interesses no currículo.
Neste caso, é importante mencionar os seus hobbies e interesses. A sua participação em atividades extracurriculares ou trabalho de voluntariado pode ajudá-lo a demonstrar qualidades como espírito de liderança e capacidade de trabalhar em equipa.
Candidato a cargos de gestão sem experiência profissional
Geralmente, os cargos de gestão exigem experiência profissional comprovada na área. No entanto, até mesmo o melhor gestor teve de começar por algum lado.
Por isso, se tenciona candidatar-se a um desses cargos e não tem experiência, pode sempre demonstrar a sua capacidade de liderança de outra forma, como na posição de capitão de uma equipa desportiva ou presidente de uma associação académica.
Candidato com passatempos relacionados com o cargo para o qual se candidata
O seu sonho é transformar um hobby num trabalho a tempo inteiro?
Se é o caso, deve mencionar os seus hobbies e interesses no currículo! Esta informação vai chamar a atenção do potencial empregador e dar-lhe vantagem sobre outros candidatos.
Por exemplo, para a vaga de programador, o candidato que menciona o desenvolvimento de um site pessoal como passatempo tem mais hipóteses de destacar as suas competências nesse campo profissional.
Candidato que quer mudar de carreira
Ao pensar em mudar de carreira, pode ser um grande desafio apresentar a sua candidatura a uma vaga de emprego. Na verdade, é muito provável que não tenha experiência profissional na área a que se candidata.
No entanto, se se interessar por atividades relacionadas com a nova área de trabalho, é crucial que as mencione no curriculum vitae. Isso demonstra que tem a motivação e as competências certas.
Por exemplo, um advogado que tenha apenas experiência profissional em Direito pode ter dificuldade em conseguir uma entrevista para trabalhar numa revista de viagens. No entanto, o seu curriculum vitae pode tornar-se mais atrativo se salientar a sua paixão por viajar e pela escrita de viagens.
Vantagens de incluir os interesses e passatempos
Qualquer empregador pretende encontrar os melhores candidatos, daí investir tanto no processo de recrutamento. Isso leva-os a procurar candidatos cujas competências, realizações e interesses se destaquem. Estes são três pontos essenciais que ajudam os recrutadores a decidir se um profissional está apto ou não a ocupar uma determinada vaga de trabalho.
Neste sentido, existem vários motivos pelos quais deve incluir os interesses e passatempos no currículo.
- Os empregadores conseguem obter informações detalhadas sobre si;
- Alguns hobbies ajudam o potencial empregador a perceber que tipo de pessoa é fora do contexto de trabalho;
- É uma excelente forma de quebrar o gelo no início de uma entrevista;
- Passatempos que incluem atividades desportivas indicam que é saudável e está em forma;
- Atividades de voluntariado demonstram potencialmente uma forte capacidade de empatia e interação pessoal.
Os passatempos que decidir incluir no curriculum vitae podem revelar muitas informações sobre si. Assim sendo, é importante confirmar se são relevantes para o cargo a que se candidata. Para perceber melhor o que colocar na secção de interesses no currículo, existem vários exemplos de currículos disponíveis para descarregar gratuitamente.
Em que parte do currículo devem ser mencionados os interesses e passatempos?
Uma vez que esta secção é opcional, colocá-la na parte superior do CV pode dar a impressão de que não sabe estabelecer prioridades.
Os hobbies não têm mais impacto do que as tuas competências ou experiência profissional na decisão do potencial empregador. Por isso, esta secção deve ser breve e ocupar pouco espaço. No entanto, há sempre exceções.
Por exemplo, se acabou agora a universidade e se candidata a uma posição de professor de Educação Física numa escola, convém mencionar atividades desportivas ou competições em que tenha participado recentemente.
Resumindo
Os seus passatempos e interesses são uma parte importante da sua vida. Por isso, compreendemos porque considera essencial mencioná-los no CV. Contudo, deve sempre analisar cada anúncio de emprego para perceber quais as competências que o recrutador procura.
Se não tem experiência profissional relevante, avalie de que modo os seus hobbies e interesses contribuíram para o seu desenvolvimento de competências. Certamente, já aprendeu mais do que imagina.
Se isso valorizar a sua candidatura, não hesite! Identifique os seus interesses pessoais para o currículo, inclua o que mais gosta de fazer e capte a atenção do potencial empregador. Daí até conseguir a entrevista é apenas um pequeno passo!